terça-feira, 17 de maio de 2011

O mundo sem RNA


O mundo sem RNA
Além de armazenar informação genética o RNA exibe em algumas espécies  atividade enzimática, função q em geral cabe as proteínas. O RNA com esse papel duplo foi chamado de rizoma em 1982, pelo bioquímico norte-americano Thomas Cech, que descobriu essa propriedade.
Há alguns problemas com a hipótese do mundo do RNA. O primeiro é que a atividade enzimática da ribozima está associada a sua ação como transportador da informação genética, isto é, essa propriedade já seria uma especialização funcional, uma ferramenta integrada ao sistema de transcrição da informação genética contida no DNA. Ao q consta a zibozima só faria isso. Essa propriedade é diferente da mostrada pelas enzimas protéicas que provem a catálise de modo melhor e mais variado. O segundo problema é que não há ribozimas nos organismos procariotos [sem núcleo] que antecederam os eucariotos e viviam muito bem e ainda vivem com seu RNA sem atividade enzimática. O terceiro problema é a síntese do RNA em um cenário primitivo. Mesmo com recursos dos laboratoriais atuais a síntese do RNA não é tarefa trivial, pois exige condições muito especiais.
E possível a vida sem DNA e RNA?Basta olharmos para as hemácias essas células sem núcleo e sem ácidos nucléicos vivem por cerca de 120 dias no sangue humano. É verdade que as hemácias são programadas para morrer, mas enquanto estão ativas exibe características de células vivas exceto crescimento e reprodução. Seriam assim os protobiontes, formados por um conjunto de proteínas primitivas, compondo um metabolismo rudimentar? E somente mais tarde teriam catalisado a formação de moléculas semelhantes ao DNA moderno?


Revista Ciência Hoje
Franklin Rumjanek
Vol-44
Agosto de 2009