quinta-feira, 2 de junho de 2011

Entrevista-Prof.Msc. Anderson Arruda

Prof. Msc. Anderson Arruda
Professor da disciplina de Genética Médica
Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte- Estácio FMJ


Me chamo Anderson Pontes Arruda, nasci em Sobral-CE  e logo aos 3 anos fui morar em Fortaleza-CE. Estudei toda a minha vida em Fortaleza, fiz faculdade de Ciências Biológicas na Universidade Federal do Ceará, e ao contrário da maioria, não fiz monografia e sim um relatório técnico, pois antes mesmo de terminar minha graduação já trabalhava em um laboratório de Análises clinicas de Fortaleza no qual entrei para fazer estágio obrigatório de faculdade e logo em seguida fui contratado. Fiz um curso de Atualização em citogenética na Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) Campus Botucatu e ao retornar para Fortaleza comecei me especializar em Citogenética. Em 2002 ingressei na Faculdade de Medicina de Juazeiro do Norte (ESTÀCIO-FMJ) onde pude colocar em pratica meus conhecimentos adquiridos na UNESP, tano como professor Universitário como pesquisador. Fui Professor de Genética nos cursos de Biomedicina e Enfermagem. Sou professor colaborador da Faculdade de Medicina Christus em Fortaleza. Fiz mestrado na Universidade Estadual do Ceará em Ciências Fisiológicas e hoje estou fazendo doutorado em Genética e Biologia Molecular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) com um projeto na área de Genética Médica Populacional (GEMEPO). Atualmente sou referência em Microdeleções através da Rede Brasileira de Microdeleções (Rede BRIM). Participo das redes de Neurogenética e Erros Inatos do Metabolismo. Todas essas redes foram criadas através de projetos do CNPq.


1 De que se trata a sua pesquisa?
Minha pesquisa é a respeito de uma nova área da genética chamada Genética médica populacional. Esse tipo de atuação da genética difere da genética comum por se tratar to trabalho com a família inteira ou uma população e não só com o paciente. O meu trabalho consiste em identificar isolados genéticos, ou seja, famílias com doenças genéticas raras em cidades pequenas. Com isso trabalho em conjunto com outro projeto chamado CENISO (Centro Nacional de Isolados) que é realizado pelo INAGEMP ( Instituto de genética médica populacional) da qual participo como pesquisador. Em resumo irei investigar os rumores de isolados genéticos nas cidades do Ceará.


2 Qual a importância da Biologia Molecular para sua pesquisa?
A biologia molecular entra na minha pesquisa no segundo passo que é caracterizar molecularmente a doença, na procura de genes envolvidos ou no teste de genes candidatos já encontrados.


3 Que resultados você espera obter do trabalho?
Espero decifrar esses isolados genéticos identificando as doenças envolvidas e se possível fazendo a caracterização molecular de todas elas e caso ainda não haja descrição dos genes envolvidos, fazê-lo, através de estudos de ligação molecular.


4 Quais as principais dificuldades enfrentadas durante a realização da sua pesquisa?
Como os isolados se distribuem ao longo de todo o estado do Ceará, o deslocamento é uma dificuldade pois existem localidades onde o acesso é difícil. Outra dificuldade PE fazer com que as famílias estudadas compreendam o teor da pesquisa e permitam que seja realizada em sua família, pois na maioria dos casos se tratam de famílias muito humildes e sem entendimento em genética.


5 conta com ajuda de outra instituição alem da sua universidade ?
Sim, alem da UFRGS, temos o apoio do INAGEMP, onde existem “facilities” com equipamentos de ponta como seqüenciadores e CGH –Array, além de ser o INAGEMP que me concede a bolsa de doutorado.


6 Qual a sua opinião sobre os novos pesquisadores ?
Acho que com a evolução da tecnologia, os novos pesquisadores têm condições de alcançar objetivos mais desafiadores na descoberta de novidades na área das Ciências. Fazer pesquisa hoje está muito mais fácil devido ao alcance das tecnologias, apesar do pouco apoio do governo federal.


7 Deixe uma mensagem para os estudantes de graduação.
Espero que os novos estudantes não pensem apenas em conseguir um diploma e usem os conhecimentos adquiridos ao longo da graduação para melhorar o nosso estado e ao nosso país. Eles devem se lembrar que se não fossem por outros estudantes que vieram antes deles, não teríamos hoje o poder tecnológico que temos.

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